sábado, 6 de fevereiro de 2010

LAMPREIA

O Primeiro dia das Petromyzontidas

As lampreias são peixes de água doce ou anádromas com forma de enguias, mas sem maxilas. A boca está transformada numa ventosa circular com o próprio diâmetro do corpo, reforçada por um anel de cartilagem e armada com uma língua-raspadora igualmente cartilaginosa. Várias espécies de lampreia são consumidas como alimento.
As lampreias são classificadas no clade Hyperoartia, dentro do filo Chordata, por oposição aos Gnathostomata, que incluem os animais com maxilas. Todas as espécies conhecidas são agrupadas na classe Petromyzontida ou Cephalaspidomorphi, na ordem Petromyzontiformes e na família Petromyzontidae.Em Portugal, a lampreia é comida sobretudo em arroz de lampreia, com uma confecção próxima da cabidela, e à bordalesa, um guisado normalmente acompanhado de arroz. Alguns restaurantes e casas fazem-na também assada no espeto, e outros ainda fazem-na de escabeche. Em Portugal, a lampreia é comida de finais de Janeiro a meados de Abril.
Este ciclóstomo que sobe contra a corrente desde o Atlântico até aos rios portugueses e que, segundo alguns, "não é carne nem é peixe" por pertencer a uma classe rara de animais. Tem um aspecto estranho e nasce nos rios, vivendo no mar até à altura de se reproduzir, quando regressa ao rio.

A minha temporada gastronómica no que respeita a LAMPREIA, começou hoje no Restaurante “A Cantarinha”, situada na Travessa da Rua das Tamargueiras, 3, 3080-389 Buarcos; Telf.: +351 233 432 801; Email: geral@restauranteacantarinha.com.
Este Restaurante existe há vinte anos em Buarcos, mas nos últimos dez anos tem estado à sua frente o amigo Vitor Almeida, cujo espaço, segundo ele, revela muito da sua maneira de ser e de estar na vida. Tenho a certeza que isto é verdade.

O restaurante é um local muito agradável, com uma decoração onde podemos encontrar dois grandes aquários, criando um ambiente prazenteiro e requintado.
O atendimento é extraordinário. A simpatia dos funcionários e do patrão que não é excessiva nem importuna, mas natural e espontânea, fazem para além das iguarias também o sucesso do restaurante.
E foi numa destas minhas idas com a minha mulher ao restaurante, que surgiu um convite gentilíssimo do amigo Vitor e que me proporcionou a degustação desta iguaria sazonal, a que chamam “Lampreia”.
Para me acompanhar neste repasto esteve o meu amigo Álvaro Azenha, o qual como eu a lampreia está há muito tempo na nossa lista de pratos favoritos!
Depois dos dias conturbados que estamos a passar, nós os portugueses, nada melhor do que um “Arroz de Lampreia” para acalmar as hostes.
Adorada ou até mesmo idolatrada, por uns, e odiada por outros tantos, a lampreia faz parte da boa gastronomia tradicional portuguesa.
Foi um óptimo começo para celebrar a chegada da época da lampreia, este delicioso prato regado com um bom néctar dos deuses, da Bairrada.

Antes porém, quero salientar que esta nossa refeição, foi optimamente completada com:
- Entradas: constituídas pelo seu agradável “paté” e camarão;
- Uma sopa de peixe, divinal;
- As sobremesas das quais nós escolhemos uma fresca salada de fruta;
- O café da praxe;
- Finalizando com um cálice de vinho do Porto, caseiro, como se diz: “p’rá sossega”.

A lampreia só se deixa comer e cozer por quem sabe e só quem gosta é que a merece comer. É assim também que eu vejo as pessoas que nos acompanham a comer a Lampreia. Uma vez amigas, amigas para a vida e para sempre.

Quero agradecer do fundo do coração, ao amigo Vitor, o maravilhoso almoço que nos proporcionou.
Desejo muitas felicidades ao Restaurante "A Cantarinha”, na figura do seu proprietário, para que continue a dar-nos estas alegrias culinárias.

Em nota de rodapé, quero ainda aqui deixar estes provérbios que encontrei e que são dedicados à LAMPREIA:

- Mulher magra sem ser de fome, foge dela que te come.
- Não assines sem ler, nem bebas sem comer
- Não comas lampreia, que tem a boca feia.
- Depois de Maio a lampreia e o sável dai-o

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