FESTAS DA SENHORA DA AGONIA
23 de Agosto de 2014
Saímos de Tavarede do
Largo da Igreja, poucos minutos depois das 08H00, pois que se teve de controlar
dois autocarros: um de 56 lugares, que levou 53 pessoas e um de 26 lugares, levando
24 ocupados.
Pelas 09H30, fizemos
uma paragem “técnica”, para as pessoas poderem esticar as pernas, beber um café
e outras necessidades…
A chegada a Viana do
Castelo, aconteceu dentro da hora prevista, 11H30.
Os autocarros ficaram
junto a um parque.
Aqui um pequeno grupo
de participantes nesta viagem, aproveitou para almoçar em partilha, cavaquear
um pouco e conviver porque é para isso também que servem estes passeios. Depois
de almoçarmos guardamos os sacos e outros acessórios num dos nossos autocarros
que ali perto estava estacionado.
Iniciamos entretanto
o nosso passeio a pé até ao local onde iríamos assistir ao Grandioso Cortejo Etnográfico, motivo que nos levou até Viana do
Castelo.
Antes porém, parámos
num estabelecimento junto ao rio, para bebermos um café e também nos
prepararmos fisiologicamente.
Como está na moda, aí vai uma SELFIE!
É sem dúvida que nestas incomparáveis
e magníficas Festas de Nossa Senhora
d'Agonia, que a tradição atinge o seu maior expoente.
Pelo que me diz respeito a mim e à
minha esposa, é a primeira vez que vamos assistir a estas festas. Viemos com
grande curiosidade. Mas com alguma pena de só podermos estar presentes neste
dia. Mas fazendo jus à letra da canção:
"Se o meu sangue não me engana,
como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana, ó meu amor de
algum dia
Ó meu amor de algum dia, havemos de
ir a Viana
Se o meu sangue não me engana,
havemos de ir a Viana”
E aqui estamos!
Mas há aqueles que se armam… em
turistas!
Pelo que tenho ouvido, durante os dias
que duram estas festas as atividades são imensas e cada uma delas carregadas de
tradição e beleza: a procissão ao mar, as ruas da Ribeira enfeitadas com os
tapetes floridos, testemunhos da profunda devoção religiosa; a etnografia tem o
seu espaço nos desfiles do Cortejo Etnográfico e na Festa do Traje, onde se
pode admirar os belos trajes de noiva, mordoma e lavradeira, vestidos por
lindas minhotas que ostentam peitos repletos de autênticas obras de arte em
ouro; os consertos das concertinas e dos bombos; as dançam as lavradeiras; a
grandiosa serenata de fogo-de-artifício que ilumina toda a cidade, começando
pela ponte de Gustave Eiffel, passando pelo Castelo de Santiago da Barra, até
ao Templo - Monumento de Santa Luzia... A Romaria da Nossa Senhora da Agonia realiza-se todos os anos na cidade de
Viana do Castelo. Desde 1783 que esta Romaria se concretiza no mês de Agosto,
englobando o dia 20 (feriado municipal da cidade). Este ano estas festas vão de
20 a 24 de Agosto. Nestas festas a cidade enche-se de animação e festeja em
torno da Nossa Senhora da Agonia (padroeira dos pescadores), remontando aos
tempos mais antigos. A Romaria d’Agonia junta-se à história da igreja
d’Agonia. Data de 1674 a história da igreja em honra da padroeira dos
pescadores. Na altura, foi edificada uma capela em invocação ao Bom Jesus do
Santo Sepulcro do Calvário e, um pouco acima, uma capelinha devota a Nossa
Senhora da Conceição.
Hoje, o nome da santa está associado à
rainha das romarias e às múltiplas tradições da maior festa popular de
Portugal: a romaria em honra de Nossa Senhora da Agonia, nascida em 1772 da
devoção dos homens do mar vindos da Galiza e de todo o litoral português para
as celebrações religiosas e pagãs.
Hoje,
aqui estamos nós para assistir ao Cortejo Etnográfico que é uma
das maiores, segundo dizem, atrações da Romaria da Senhora d’Agonia.
O nosso
pequeno grupo, lá se acomodou num passeio logo no início do cortejo. Começámos
por arranjar umas cadeiras, uns chapéus e com umas águas de reserva e umas idas
a um dos bares existentes ali perto, lá fomos esperando e confraternizando com
alegria o início do cortejo, o que aconteceu dentro da hora anunciada, 16H00.
Milhares de
pessoas apinhavam-se nos passeios para assistir ao desfile carregado de tradições
da região, os usos e costumes das suas freguesias, a rara beleza das moças
vianenses, com a sua contagiante alegria e com o colorido dos seus trajes tão caraterísticos.
A
abrir o cortejo estavam os cabeçudos e gigantones seguidos pelos zés pereiras
rufando os bombos.
E há gajos que teimam em dar nas
vistas!
Os
ranchos etnográficos com as suas modas do nosso folclore e os grupos de música
tradicional também por lá desfilaram espalhando alegria e boa disposição.
Muitos
foram os momentos representando as diversas tradições de toda a região, onde o
colorido dos trajes das lavradeiras, a riqueza das mordomas da festa desfilando
os seus trajes e ouro, o sorriso cativante das moças, os cativantes tocadores
de concertina, os sargaceiros, as peixeiras e as bordadeiras e a grandeza e
criatividade dos carros alegóricos foram um espetáculo ímpar de arte e beleza
que ficará gravado na nossa memória durante muito tempo.
Não quero
também deixar de aqui assinalar que a vida e obra de Frei Bartolomeu dos Mártires, que nasceu, faz este ano, cinco séculos,
foi o grande destaque deste cortejo. Natural de Lisboa, Frei Bartolomeu dos
Mártires (1514-1590) foi arcebispo de Braga e serviu como pastor um território
que atualmente integra as dioceses de Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila
Real. A sua beatificação teve lugar em 2001 numa celebração presidida pelo Papa
João Paulo II.
Acabado
então o desfile do Cortejo Etnográfico,
fomos até ao local combinado para apanharmos os autocarros. Eram 18H30. Quase
todos os nossos companheiros de viagem estavam presentes. Contactei com o nosso
motorista Paulo que pediu para nos deslocarmos até aos autocarros pois o trânsito
estava muito complicado. Assim se fez, ficando eu neste local à espera dos
companheiros que estavam a faltar.
Eram
já perto das 19H30, quando me dirigi para os autocarros. Ainda falta alguém no
autocarro pequeno.
Combinou-se
então que o autocarro grande fosse embora, mantendo o contacto entre os dois motoristas,
de modo a que numa área de serviço nos reuníssemos.
Eram 22H05, quando chegamos a Tavarede ao Largo da Igreja.
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