segunda-feira, 21 de novembro de 2016

UM PULO A LISBOA PARA VER “AS ÁRVORES MORREM DE PÉ”

19 de Novembro de 2016

Organização do Lions Clube da Figueira da Foz

Saímos pelas 07H45 de Tavarede, do Largo da Igreja.
O autocarro dirigiu-se para a Figueira e das Abadias saímos cerca das 08H00, em direção a Lisboa.
Eram perto das 10H30, quando chegámos à Praça do Comércio, para fazer uma visita ao Museu do Dinheiro na antiga Igreja de S. Julião, Largo de S. Julião, junto à Câmara de Lisboa. Visita que não realizamos pois já o tínhamos feito há pouco tempo. Optamos assim, eu e a minha esposa, na companhia do Rui, Isabel, Edite e Teresa por conhecer outros eventos.

Dirigimo-nos para a Avenida da Ribeira das Naus, para podermos ver e tirar umas fotos ao Pop Galo”, um galo de Barcelos à beira Tejo plantado. Este "Pop Galo", é o novo projeto da artista Joana Vasconcelos, obra com dez metros de altura, que pesa quase quatro toneladas, está forrado com 17 mil azulejos da fábrica Viúva Lamego, fundada em 1849. À noite é iluminado por 16 mil leds com nove metros de cabos elétricos.
É um galo tradicional durante o dia, com azulejos e que canta, e à noite é um galo do futuro, com luz e música com composições de Jonas Runa, compositor, intérprete e musicólogo Lisboeta. Este galo está na Ribeira das Naus até ao final deste mês e será depois em Janeiro levado para Pequim para as comemorações do novo ano chinês. Gostei deste símbolo português, que não é muito da minha simpatia, mas que agora neste projeto junta a tradição e a modernidade. Para mim foi uma agradável surpresa, que me deixou muito satisfeito e orgulhoso por esta obra da nossa artista portuguesa.

Regressamos novamente para o Terreiro do paço, percorrendo o passeio da Ribeira das Naus e deparámo-nos com dois homens que ali junto ao rio, na pequena língua de areia repleta de pedras de todos os tamanhos e feitios, construíam formações com as mesmas.

Ficamos com curiosidade e ali ficamos a contemplar as dezenas de esculturas coloridas construídas à beira-rio, pela dupla autodidata “Miró Pédro”, que utilizam as pedras ali existentes junto ao Tejo. Ali paramos para apreciar e fotografar esta arte ao ar livre. O trabalho daqueles artistas “Miró Pédro”, com sessenta e tal anos, consiste em sobrepor várias pedras - parte delas pintadas - com equilíbrio, formando esculturas com diferentes dimensões, formas e cores.
A sobreposição equilibrada das pedras está nas mãos de Miró, enquanto a pintura das peças é feita por Pédro, que utiliza verniz de pintar as unhas. O trabalho de um complementa o trabalho do outro.  Todos os dias, os artistas “Miró Pédro” juntam-se à beira-rio para construir novas esculturas e para reparar aquelas que à noite, com a ondulação, se desmoronaram.
Mais uma agradável surpresa que tivemos neste breve passeio pela beira rio.

Continuamos o nosso passeio agora pela Rua Augusta.
Eis que já com alguma necessidade de aconchegar a barriga chegamos à Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau, um espaço tradicional, onde podemos de saborear o famoso Pastel de Bacalhau, que une as duas tradições históricas nacionais: a terra e o mar. Mas aqui também podemos encontrar em simbiose outras duas tradições gastronómicas: o pastel de bacalhau e o queijo Serra da Estrela.
Logo ali tratamos de adquirir o dito pastel, servido ainda morno onde o queijo está totalmente derretido no interior e que se torna irresistível provar. Esta experiência não fica completa, se a iguaria não for acompanhada pelo néctar produzido nos socalcos do rio Douro: o Vinho do Porto, neste caso branco e seco. Divinal.

Apreciado e digerido o petisco, continuamos o nosso passeio até à Praça D. Pedro IV, também conhecido pelo Rossio.
Era neste local que tínhamos de aguardar pelos nossos companheiros de viagem que foram visitar o Museu do Dinheiro, para apanhar o autocarro que ia levar até ao local do almoço.
Como ainda tínhamos algum tempo fomos até à Rua das Portas de Santo Antão, onde vende a célebre ”Ginjinha Sem Rival”, que por não haver dados concretos sobre a data de fundação da casa, muito por culpa das cheias que têm ocorrido na rua ao longo dos anos, que destruíram a quase totalidade da documentação existente, tudo aponta para que a Ginjinha Sem Rival já existisse em 1890, graças a um álbum de fotografias.
Mas à parte a história a que dou muita importância, ali procedemos a uma prova da ginjinha “com elas”.

Novamente no Rossio e ao dar mais uma volta por ali, saltou-nos à vista uma casa comercial que desconhecíamos e que visualmente tinha algum aparato, era “O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”, decorada com temática circense. Os empregados estão vestidos a preceito: como se de um circo se tratasse.
Entramos para ver a loja cheia de atrativos: uma roda gigante, muita música, carrosséis e cor, um ambiente que encontramos à volta das conservas de sardinha.
Por fora parecem diferentes pelas 100 datas que as decora, mas por dentro as latas são todas iguais: 160 gramas de sardinha em azeite. Cada lata custa 5€.
Estas conservas são numeradas de 1916 a 2016 e decoradas sobre o ano em questão. Optamos por comprar duas latas, por uma razão especial que aqui não vou mencionar, mas o acontecimento assinalado em cada uma delas é o seguinte:
1952 - Alfred Sauvy inventa o termo “Terceiro Mundo”;
1955 - Inicia-se a campanha pelos direitos dos negros Americanos.

Nota: Esta fantástica loja é dos mesmos donos do polémico Pastel de Bacalhau com Queijo da Serra.

Passava pouco das12H30, quando embarcamos no nosso autocarro para nos levar para Restaurante Churrasqueira “A Valenciana”, para almoçarmos.
Chegados ao restaurante ocupamos as mesas disponibilizadas para o nosso grupo.
Situado no Alto de Campolide, numa zona privilegiada e central (próximo do Parque Eduardo VII, Marquês de Pombal e Amoreiras), podemos desfrutar de uma refeição agradável, constituída por: sopa de legumes, bacalhau à Brás e como sobremesa gelado; o repasto foi regado com vinho verde tinto e para fechar café.
Usufruímos de um bom atendimento por parte da funcionária Amália, que nos satisfez não só pelo serviço como pela sua simpatia. E quando na brincadeira perguntámos à Amália se também cantava, ela respondeu com graça: “Não canto, mas encanto”. E foi verdade!

Depois do almoço levaram-nos novamente até à Baixa, onde tivemos algum tempo livre, antes de recebermos os bilhetes para assistirmos ao espetáculo no Politeama.

Como não podíamos deixar de fazer fomos à Residencial Florescente cumprimentar o(s) rececionista(s), que estivesse(m) de serviço. Quem encontramos foi o já nosso amigo senhor Carlos, que ficou muito satisfeito com surpresa e nós muito contentes por deste modo matarmos saudades deste local que ao longo dos anos tão bem nos tem recebido com um serviço sempre prestável e cheio de simpatia. Fica um grande abraço para o senhor Carlos, extensível também aos outros senhores rececionistas: António, João e Nuno.

Em seguida fomos à Casa do Alentejo comprar umas sandes para comermos depois do espetáculo e antes de partirmos para a Figueira. Aproveitamos assim este momento para fugir da demora das filas.

Pelas 16H30, fomos receber os ingressos para às 17H00 assistirmos no PoliteamaÁs Árvores Morrem de Pé”.

A SINOPSE desta peça de teatro que tanto diz ao Teatro de Tavarede, é a seguinte: "Morta por dentro, mas de pé como as árvores" é a frase que ainda ecoa no imaginário do Teatro em Portugal. A frase pertence ao clássico texto de Alejandro Casona e é dita no final da peça pela lendária atriz Palmira Bastos que a interpreta e protagonista (no Teatro de Tavarede era a atriz Violinda Medina).
Tudo começa numa organização que pretende tornar as pessoas mais felizes com poesia e criatividade. Um velho senhor chega um dia ao escritório dessa estranha organização com um pedido surpreendente: o seu neto tornou-se um perigoso delinquente, mas ele quer esconder a verdade à sua mulher. Ao longo de vários anos enganou-a escrevendo-lhe cartas fictícias, supostamente do neto, criando a imagem de um famoso arquiteto que vivia no estrangeiro. Um dia o verdadeiro neto envia um telegrama anunciando a sua chegada. Porém, o navio em que viajava sofre um naufrágio e todos os passageiros morrem. O velho senhor propõe então à organização que coloque em sua casa um casal fingindo ser o neto e a sua mulher para tornar real a ilusão da avó.

Filipe La Féria reuniu um elenco de grandes atores, que nos proporcionaram representações de alta qualidade: Manuela Maria, Carlos Paulo, João D’Ávila, Hugo Rendas, Ricardo Castro, Paula Fonseca, Rosa Areia, Patrícia Resende e o jovem ator João Sá Coelho.



Mais uma vez estes atores mostraram serem grandes nomes do teatro português e tal como no texto desta peça, estão firmes como as árvores.

Eram 19H00, quando acabou o espetáculo.
Tivemos algum tempo para comermos umas sandes, na Casa do Alentejo.
Às 19H30, partimos para a Figueira da Foz.
A chegada ao nosso destino deu-se por volta das 22H10.

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