terça-feira, 20 de dezembro de 2016

PASSEIO VERDE AO PIÓDÃO

11, 12 e 13 de Dezembro de 2016

Distância de Figueira da Foz ao Piódão de carro: 130,068 km; Tempo de condução: 01H48; Velocidade média (de carro): 77.9km.
No passado dia 11 de Dezembro, o nosso grupo Musketeiros”, deixou-se levar pelo encanto das paisagens verdejantes da zona centro. O nosso grupo aproveitou para conhecer Arganil, passear pela Cascata da Fraga da Pena, Mata da Maragaça, Chãs d’Égua e Piódão. Foram três dias que nos tornaram mais enriquecidos pelo contacto com o Património Ambiental, Natural, Arqueológico e Cultural do concelho de Arganil!

Dia 11 - Início do Passeio
Saímos de Tavarede às 09H00 passámos por Montemor-o-Velho, Tentúgal, Eiras, Penacova, São Pedro de Alva, Carapinha e chegamos a Coja onde parámos para uma visita.
Coja é uma bonita aldeia do Centro do País, pertencente ao concelho de Arganil, e banhada pelo cristalino Rio Alva. Esta povoação tem origens remotas, com vestígios de ocupações Romanas e Muçulmanas. Existiu um Castelo anterior à nacionalidade, entre o Rio Alva e a foz da Ribeira da Mata, destruído durante a reconquista Cristã.
Chegámos a meio da manhã a Coja e fizemos uma pausa para aconchegar os estômagos e visitarmos alguns dos sítios mais emblemáticos.
Coja tem um Património que vale a pena conhecer, como a Igreja Matriz de São Miguel, as Capelas de Santo António, do Senhor do Sepulcro, de Nossa Senhora da Ribeira e da Casa do Prior Costa, o Pelourinho em estilo Manuelino ou mesmo a Senhorial Casa da Praça do século XVIII.
A povoação está envolvida por belos cenários bucólicos, com especial relevo da Praia Fluvial. Coja está junto à confluência da Ribeira da Mata com o Rio Alva. No aspeto paisagístico, evidenciam-se os açudes do Rio Alva, com particular destaque para o existente, junto ao Parque de Campismo, que pelas suas características naturais permite a localização da praia fluvial, zona fluvial que reúne condições para a prática da atividade balnear. É constituída por um açude que criou na parte inferior, um “espelho de água”, e cujas margens são constituídas por um areal que permite a permanência de banhistas junto à água.
A antiga ponte sobre o Alva contém um importante acontecimento para Coja. Em 1811, o arco da direita foi cortado, não deixando que as tropas francesas vindas de Mouronho passassem o rio fazendo o mesmo em Coja. Os franceses como não sabiam deste facto, iam sendo alvejados da casa Dr. Alberto Vale, caindo assim ao rio. Para assinalar este facto, na reconstrução da ponte ocorrida no ano de 1833, foi colocada uma lápide em granito na sua cortina com gravação dos acontecimentos e respectivas datas.

Em seguida seguimos até à vila de Avô, considerada uma das vilas mais bonitas do país, onde fizemos uma visita muito interessante, que nos agradou bastante, pela visita aos monumentos históricos, assim como à paisagem verdejante circundante.
Avô é uma bonita vila banhada pelo Rio Alva e pela ribeira de Pomares que aqui tem a sua foz, no Pego do Avô, um pitoresco lago com uma ilhota no meio. A vila de Avô tem origens bem antigas, tendo sido habitada por Romanos que aqui procuravam minérios de chumbo e ouro, tendo sido estes os fundadores do Castelo, hoje em ruínas. Avô também foi povoada pelos Mouros e reconquistada pelo 1º Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que mandou reedificar o Castelo, que inclui as ruínas da Ermida de São Miguel situada no âmbito do Castelo. Classificado como imóvel de interesse público em 1963.
Para além das ruínas do antigo Castelo, Avô possui outros monumentos dignos de interesse: Pelourinho de Avô: Situado junto ao Largo dos Combatentes da Grande Guerra, trata-se de uma peça do Séc. XVI de estilo Manuelino, pertence ao grupo de pelourinhos classificados como sendo do tipo pinha; Ponte de um só arco do período de D. Dinis construída sobre o rio Alva. Construção datada do Séc. XIV; Igreja Matriz: Orago de N. Senhora da Anunciação. Segundo a tradição foi mandada construir por D. Afonso Henriques (1164). Sofreu várias transformações, sendo o edifício atual do Séc. XVIII. Contém obras de talha dourada destacando-se o retábulo do altar-mor (barroco).



Após um contemplativo passeio por esta vila, partimos na direção da Aldeia das Dez. Pelo caminho passámos pela Ponte das Três Entradas, localidade assim chamada efetivamente por ter uma ponte com três entradas, em formato de “Ypsilon” quiçá única no mundo, liga três freguesias, Santa Ovaia, São Sebastião da Feira e Aldeia das Dez. Na Ponte das Três Entradas, local onde o Rio Alvôco desagua no Alva, subimos entre panoramas de sonho até Aldeia das Dez onde toda a freguesia é um constante miradouro. A partir daqui podemos percorrer o Vale do rio Alva.
Entretanto pelo caminho encontrámos o Restaurante Varandas Verdes, onde parámos para o nosso almoço, que consistiu de: Cozido à Portuguesa e Cabrito Assado; sobremesas: tigelada, pudim de laranja e requeijão com doce de abóbora; tudo regado com vinho da região do Douro.

Um belo e apetitoso repasto que nos preparou para enfrentar a tarde que nos desafiava ainda a visitar alguns locais.
Seguimos para a Aldeia das Dez, também conhecida como Aldeia das Flores, pela tradição dos aldeões decorarem as suas ruas com lindas e coloridas flores.

A Aldeia das Dez é também rica em património oral, como podemos constatar pela Lenda da Aldeia das Dez, que tem origem na Reconquista da península Ibérica e está ligada à designação atual da Aldeia das Dez, uma freguesia portuguesa do concelho de Oliveira do Hospital. Segundo a lenda, durante a Reconquista cristã dez mulheres terão encontrado um tesouro numa caverna situada na encosta do Monte do Colcurinho. De acordo com a tradição oral e alguns documentos que sobreviveram, esse tesouro possuía um valor que ultrapassa o material. Estas mulheres ter-se-ão apercebido da sua importância e, num pacto que persiste até hoje, terão separado entre elas as peças que o compunham e passando-as de geração em geração - mantendo até hoje por desvendar o segredo que encerram. Da composição deste segredo pouco se sabe com exatidão. Quanto ao tesouro, crê-se que dele façam parte moedas Antonini com inscrições cifradas - sendo que uma destas encontrar-se-á cravada na moldura de um quadro que narra esta lenda. Deste quadro pouco mais se sabe, além de ter ressurgido em meados do século XX num antiquário de Oliveira do Hospital, para novamente desaparecer. Terá sido pintado por uma das descendentes das dez mulheres e crê-se que retratando a lenda poderá oferecer uma chave para o seu segredo.
A Aldeia das Dez, sobranceira ao rio Alvôco, parece um miradouro com vista privilegiada para as serras envolventes. Ficamos conquistados. Esta aldeia está construída em grande percentagem por granito e detém um valioso património construído, donde se destaca a Igreja Matriz, que infelizmente estava fechada.
Mas uma senhora residente ali em frente à Igreja, aconselhou-nos a bater numa das portas laterais, pois estava no seu interior um senhor a montar o presépio. Assim fizemos e tivemos sorte pois fomos autorizados a fazer a visita, deparámos com umas imagens e uma maravilhosa talha dourada. Quando já vínhamos a descer a colina encontramos uma outra senhora, muito simpática, moradora ali perto, ávida por conversar. Esta senhora que tem 95 anos, acompanhou-nos até ao fim da descida, sempre a contar histórias pessoais e da aldeia. Foi um encontro muito simpático, tal como a dita idosa.

O povoamento de Aldeia das Dez remonta à época pré-romana. Vestígios desse passado glorioso são ainda possíveis de observar nas ruínas de um castro luso-romano. Quando em 1543 foi criada, a freguesia abrangia não só a área que presentemente tem, mas ainda a do Piódão, hoje integrada no circuito das aldeias históricas. A freguesia desta última povoação foi desanexada em 1676. A freguesia de Aldeia das Dez, desde a sua criação teve vida autónoma até 1594; porém, a partir desta data, foi anexada à da Santa Maria de Avô, até que, em 1602 ou 1603 adquiriu de novo a sua autonomia, situação que se tem mantido até hoje. Até 1899, ano em que foi concluída a estrada municipal que a liga à Ponte das Três Entradas, Aldeia das Dez era uma povoação que vivia quase isolada, situação que, felizmente, hoje não se verifica.
Património: Capela de Santa Maria Madalena: construída em estilo Neoclássico com cantarias de desenvoltura barroca (cunhais, cimalhas e vãos) no Séc. XIX (1819); Capela de Nossa Senhora das Necessidades: situada no Monte Colcurinho a cerca de 14 Km de Aldeia das Dez. Neste monte, a 1244 metros de altitude, pode «tocar o céu» e observar panoramas infinitos e as encostas xistosas da Serra do Açor. Esta capela encontra-se ligada a uma lenda, que se conta assim: Certo dia, há muitos séculos, uns pastoritos de Vale de Maceira conduzidos por meia dúzia de ovelhas foram subindo até atingirem o cimo da serra e aí encontraram uma imagem de Nossa Senhora que logo trouxeram para o povoado mais próximo que era o Vale de Maceira. Só que no dia seguinte a imagem já não estava no local onde tinha sido colocada, a mesma tinha desaparecido sendo de novo encontrada no mesmo local onde os pastores a tinham anteriormente encontrado. Isto repetiu-se por mais duas ou três vezes o que levou o povo a deduzir que Nossa Senhora queria ser venerada lá no monte. Como tal decidiram construir uma pequena capela  e mais tarde foi feita uma maior, que há alguns anos atrás foi devorada por um violento incêndio, sendo depois reconstruída pela Irmandade de Nossa das Preces com as ajudas dos crentes da região e de algumas terras distantes. Hoje a atual capela dedicada a Nossa Senhora das Necessidades é visitada anualmente por largas centenas de crentes.

Da Aldeia das Dez continuámos até ao deslumbrante e acolhedor Vale de Maceira onde se situa o Santuário de Nossa Senhora da Preces, sendo o mais belo santuário mariano das beiras! Situado em Vale de Maceira a cerca de 800 metros de altitude oferece uma magnífica panorâmica da região. Segundo a história, o santuário nasce no Vale de Maceira pelo difícil acesso ao Monte do Colcurinho, pois era feito por caminhos de cabras, nem caminhos florestais havia na época. Então o povo deitou mãos à obra e construiu uma capela pequena que se pensa ser hoje onde está o altar da Senhora da Boa Morte na atual igreja.
O Santuário fundado no século XVIII foi enriquecido com fontes e lagos é composto por uma escadaria monumental de estilo barroco, uma Igreja dedicada a Nossa Senhora e uma Via Sacra com onze capelas dedicadas à Paixão de Cristo, decoradas com figuras de madeira em tamanho natural do século XIX e ainda pela capela de Santa Eufémia e a capela de Nossa Senhora das Necessidades que está situada no Monte Colcurinho a cerca de 14 Km de Aldeia das Dez.

Continuámos o nosso caminho, percorremos a Serra do Açor, e encantamo-nos pelo aspeto majestoso e puro da paisagem. Estávamos cheios de espectativa e impacientes para vislumbrar o Piódão que teimava em permanecer escondido. Parámos num dos muitos miradouros existentes para ler numa pedra retangular: “Com o protesto do corpo doente pelos safanões tormentosos da longa caminhada, vim aqui despedir-me do Portugal primevo. Já o diz das outras imagens da sua configuração adulta. Faltava-me esta do ovo embrionário. Miguel Torga”
De repente avista-se lá em baixo o deslumbramento duma arquitetura harmoniosa que se adapta em redor daqueles socalcos inóspitos: o Piódão.
Piódão, é uma das aldeias mais belas de Portugal, com origem na Idade Média, esta aldeia história está classificada como Imóvel de Interesse Público. Enquadrada pela Paisagem Protegida da Serra do Açor, o contraste entre o negro das casas de xisto e o branco da sua Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição é uma das caraterísticas mais marcantes da aldeia.
Era já lusco-fusco e as luzes da Aldeia já estavam acesas.
Dirigimo-nos para o Hotel Inatel Piodão, que se situa na Serra do Açor, na belíssima, sossegada e isolada localidade histórica de Piódão. Esta unidade Hoteleira de 4 estrelas, construída em xisto, situada na bela e ainda bastante isolada Aldeia Histórica do Piódão. Para os que procuram a aventura, esta Unidade constitui um bom ponto de partida para a descoberta da Serra. Dispõe de 27 quartos totalmente equipados e com várias opções de lazer e entretenimento ao seu dispor incluindo, bar/lounge, restaurante, piscina coberta aquecida, sauna, jacuzzi, ginásio, sala de jogos eletrónicos/de mesa, sala de reuniões e wi-fi. Parque de estacionamento privativo.
Fizemos o chek-in, marcamos o jantar e fomos tomar conta do quarto. Como ainda era cedo estivemos a pôr a conversa em dia num dos salões.

Antes do jantar os homens equiparam-se para um mergulho na piscina coberta aquecida.
Foi um momento de lazer, onde relaxamos do dia cansativo que tivemos de percorrer e visitar.
Depois de jantar estivemos mais algum tempo a conviver e a preparar o itinerário do dia seguinte.

Dia 12 - O Passeio continua
O acordar no Piódão, foi lá pelas 08H00 e pelas 09H00 tomámos o pequeno-almoço. A saída foi pelas 10H00 para uma visita à Aldeia do Piódão.
Estávamos em plena Serra do Açor que faz parte da Cordilheira Central, de que fazem parte a Serra da Lousã, Açor e Serra da Estrela. Tem vários pontos de grande elevação, de que se destacam, O Monte do Colcurinho (1242 m de altitude), o Alto de S. Pedro (1341 m), no Alto Ceira, o Cabeço do Gondufo (1342 m de altitude) perto deste cabeço a 1118 m de altitude, nasce o rio Ceira, temos ainda o Pico de Cebola (com 1418 m), ponto mais alto da Serra do Açor, locais que são zonas de grande beleza e pontos de interesse turístico.
A Aldeia Histórica do Piódão é sem dúvida uma das mais bonitas aldeias de Portugal. A aldeia de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem as tradicionais paredes de xisto, teto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de azul.
O azul que pinta as portas e janelas é outro dos mistérios ainda por resolver. Ninguém sabe ao certo a razão. São várias as explicações, mas a mais conhecida prende-se com o isolamento da aldeia e com a chegada de uma lata de tinta azul. Não havendo escolha, o azul impôs-se e é atualmente parte integrante do conjunto arquitetónico da aldeia do Piódão. O aspeto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado pela disposição das casas, fez com que recebesse a denominação de “Aldeia Presépio”.





Os habitantes dedicam-se à agricultura, à criação de gado - ovelhas e cabras e em alguns casos à apicultura.

A visita à Aldeia foi logo iniciada mal chegámos, por ruelas que se vislumbram pelo meio das casas que se dispõem num traçado e uma disposição típica de montanha. Já perto do final do nosso passeio numa das ruelas que desemboca no largo da entrada encontramos o senhor Sebastião que se pôs à conversa connosco divagando por histórias antigas e pessoais. Destacamos os locais de interesse como a Igreja Matriz do séc. XVII, que não visitámos porque só abre por volta das 17H00 para o terço e o Núcleo Museológico, que visitámos e onde estão expostos os costumes, as tradições e o modo de vida destes locais.
Depois das visitas, tomámos um café na esplanada do “Solar dos Pachecos”, um café numa casa de xisto, situado perto de diversas lojas tradicionais que nos oferecem, para além do artesanato local, licores, mel, pão e outros artigos gastronómicos, no largo que serve de átrio da Aldeia.
Para aproveitar o máximo o tempo partimos ainda para uma visita à aldeia de Chãs d’Égua, que segundo a tradição popular, a origem do nome deve-se ao facto de, aquando do povoamento romano serem criadas nas chãs, local rico em água e associado à exploração de minérios, éguas destinadas a serem atreladas nos carros de desporto e combate.
Devido ao declive da aldeia, foi necessário conquistar terreno à encosta, para o cultivo, que são ligados por escadarias em xisto.
Cinco dezenas de pinturas rupestres do Neolítico e da Idade do Bronze foram descobertas na zona da aldeia de Chãs d’Égua. Ali existe um Centro Interpretativo de Arte Rupestre, onde se podem apreciar 100 rochas gravadas descobertas, as mais antigas com 4.500 a 5.000 anos. Infelizmente não nos foi possível visitar este local por se encontrar encerrado.

Voltamos novamente para a Aldeia do Piódão onde decidimos almoçar.
Escolhemos o Restaurante “Piódão XXI”, situado na encosta de uma colina, mesmo à entrada da Aldeia, com vista panorâmica sobre o verde, para onde se abrem paredes envidraçadas, nasceu este restaurante entre o clássico e o moderno, entre o sóbrio e o informal.
Cosmopolita e arrojado, oscila entre paredes de pedra, teto em madeira e uma lareira de xisto. Colorido a vermelho tinto, vive de uma atmosfera de requinte e dedica-se à gastronomia tradicional. O nosso menu foi constituído de: Bucho Serrano e Bacalhau assado no forno. Estava ótimo o repasto.



Iniciámos o nosso almoço já um pouco tarde e como demorámos algum tempo desde que encomendámos o comer até o degustarmos já saímos deste local um pouco tarde para podermos visitar outro local.
Optamos por dar mais uma volta ali pelo Piódão e depois voltarmos ao Hotel INATEL, onde descansámos e darmos um mergulho na piscina antes do jantar.
Depois do jantar e antes de recolhermos aos quartos, estivemos no salão de convívio a conversar e a planificar as visitas do dia seguinte.

Dia 13 - Fim do Passeio
Novamente despertámos pelas 08H00, para tomarmos o pequeno-almoço às 09H00. Chegou a altura de arrumarmos as malas e fazermos chek-out. Saímos do Hotel pelas 10H00, para o regresso a casa.
Pelo caminho ainda visitámos alguns locais cheios de beleza natural. Seguimos então até à Fraga da Pena que se localiza nas proximidades da aldeia de Benfeita, Arganil.


É em plena Mata da Margaraça, é uma pequena mancha florestal inserida na Área Protegida da Serra do Açor, que se esconde a Fraga da Pena, um local privilegiado de encontro com a natureza.
Um cenário idílico onde a água abre caminho por entre a vegetação e a superfície xistosa, e se despenha numa majestosa cascata com mais de 20 metros.
Uma extraordinária maravilha natural que permanece intocável pelo Homem e onde impera uma impressionante serenidade apenas interrompida pelo som da água e do chilrear dos pássaros. Originadas por um acidente geológico, as quedas de água que se escondem por entre aquele conjunto florístico de elevado interesse, constituem um recanto paradisíaco que se destaca pela sua autenticidade e frescura. Nas suas margens existem alguns antigos exemplares de carvalho-alvarinho Quercus robur e de castanheiro Castanea sativa, para além do medronheiro Arbutus unedo, do trovisco Daphne gnidium e dos adernos Phillyrea latifolia e P. angustifolia.
Após caminharmos por entre caminhos de mata e pinhal, e depois de uma descida íngreme em degraus esculpidos na terra, chegámos à majestosa Fraga da Pena, envolvida por uma paisagem luxuriante. Aqui as nossas máquinas fotográficas eternizam o local em quadros de rara beleza. Por ali existem vários caminhos que serpenteiam em redor e permitem observá-la de vários ângulos.

Após terminarmos esta ótima e inesquecível visita, continuamos o nosso caminho de carro então na direção de Arganil, próxima paragem onde aproveitámos para almoçar.
Escolhemos o restaurante “A Grelha”, onde escolhemos os seguintes pratos: Rojões à beira Serra, Ossada à serrana, Chocos grelhados.

O restaurante é simples, a comida é tipo caseiro, muito boa e bem confecionada. O espaço é agradável e simpático.
Bom atendimento.

Após o almoço demos uma volta pela vila Arganil.
“Os vestígios mais antigos da história do concelho de Arganil situam-se na Lomba do Canho e Dólmen dos Moinhos de Vento, bem perto da vila de Arganil. Pela cronologia da sua construção e ocupação, centrada nos segundo e terceiro quartéis do século I a.C., bem antes da criação da província da Lusitânia, a instalação militar corresponde a uma fase de apropriação do território pelos romanos. A vila de Arganil já existia no começo da monarquia lusitana, pois no ano de 1160 da era de César foi ela doada à Sé de Coimbra pela rainha D. Tereza, mãe de D. Afonso Henriques existindo já no seu termo o Mosteiro de S. Pedro de Folques.” A Sé de Coimbra possuía o senhorio de Arganil. Em 1114 o Bispo D. Gonçalo deu o primeiro Foral aos seus habitantes. O Foral Manuelino atribuído a Arganil é um códice em pergaminho, outorgado por D. MANUEL I, em 1514.”

Terminado o almoço fizemos um breve passeio a pé pelas ruas calmas, onde visitamos alguns dos locais mais conhecidos como uma das Igrejas existentes e o Pelourinho.
Entretanto a tarde estava a avançar e era a hora de partir e fazermos o nosso caminho de volta às nossas casas, em Tavarede.
Chegámos à nossa Vila às 17H00, o que coincidiu com a abertura das luzes da Árvore de Natal da Freguesia, construída em material reciclado (pacotes de leite e garrafas de água), em cuja montagem tive o prazer de participar.
Chegámos!
Fizemos a despedida com todos bem-dispostos e sem vontade de nos separarmos.
O passeio foi espetacular e adorei pessoalmente as curvas! (até parece)
O nosso grupo “Muskiteiros” mais uma vez foi excelente.
Agradecemos a companhia e esperamos que o próximo passeio seja num futuro muito próximo.
Até breve!

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